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CARROS? MEDO RETARDA PRAZERES E FAZ PESSOAS RECORREREM A CURSOS PRÁTICOS

Atualizado: 8 de jul. de 2021


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Dirigir Carro

Experiências ruins e falta de informação são causas


Matéria da jornalista FERNANDA PEREIRA NEVES da FOLHA UOL


Após meses de isolamento, as pessoas começam aos poucos a lotar novamente ruas, praças e praias. Os carros estão circulando quase que normalmente, parece a coisa mais fácil do mundo. Mas não é assim para todos. E se você tivesse medo, pânico de dirigir um carro?


Medo semelhante tinha o músico Paulo Marcondes, 48. Sem muito apoio da família na adolescência para as primeiras aulas, ele conta que protelou por anos a retirada da carteira de motorista. Primeiro porque não se sentia à vontade, depois porque sua mulher dirige muito bem e supria sua necessidade.

“Eu não sabia nem ligar o carro, sabia na teoria, mas na hora ficava tudo confuso para mim”, afirma ele. “A situação ficava mais difícil porque minha esposa dirige muito bem. Então dirigir na frente dela era um problema às vezes. Ela não me cobra, mas eu tenho alguns problemas, talvez coisa de autoconfiança.”

Autoconfiança ou não, são diversas as causas do medo que algumas pessoas têm diante de situações que para outras são tão corriqueiras. Enquanto Paulo afirma não ter certeza de onde veio o seu, a esteticista Sandra Rocha, 49, sabe muito bem quando começou seu receio de dirigir, que a deixou longe do volante até há alguns meses.

Ela conta que ainda adolescente saiu para dirigir ao lado do pai e acabou provocando um acidente após se confundir com o freio. “Vim de uma situação de muito medo. Tentei uns anos depois, fui reprovada. Depois tentei novamente, tirei a carta, mas não tinha coragem, era muita insegurança por causa das marchas.”


SUPERANDO O MEDO


Sandra afirma que sempre teve apoio e incentivo dentro de casa, tanto que seu marido comprou um carro para ela já dois anos, que acabou tendo problemas mecânicos por falta de uso. Mas ela também tentou bastante, foi a autoescola normal e depois outras duas especializadas a quem tem medo, as autoescolas para habilitados.

“Eu tremia quando pegava no volante, tive crise de choro, ia para a aula levando chá de camomila”, conta ela. Eu nunca me imaginei numa rodovia, dirigindo sem medo. Foi preciso um instrutor com paciência, técnica e calma”, conta ela, que hoje comemora as aulas na rodovia e as balizas em estacionamentos.

Faltando quatro aulas para terminar o curso, ela faz planos de surpreender o marido, que não sabe que ela tem praticado. “Dirigir não é vaidade, virou necessidade. Tenho uma mãe idosa, minha sogra é idosa, meu marido perdeu a carta”, afirma ela que contabiliza gasto de R$ 2.700 nas duas autoescolas para habilitados.

Paulo, que tinha medo de dirigir, também superou a vergonha e a insegurança na marra. “A minha esposa engravidou e chegou um momento em que não poderia mais dirigir, alguém precisava fazer isso. Então eu fui fazer a autoescola, estava tudo bem, mas na prova prática me apavorei, não consegui fazer rampa e reprovei."

Segundo Paulo, foi necessária uma segunda vez para conseguir sua carta. “Ainda assim, a princípio, eu tinha problemas com o trânsito, tinha dúvidas. O trânsito de São Paulo é louco, cheio de briga, gritaria. Meu medo era entrar numa briga, me xingarem”, afirma ele, que diz ter ganhado mais confiança na pandemia, quando fugiu do transporte público e encontrou ruas mais vazias.


AJUDA PROFISSIONAL


Segundo Paulo Mafra, que tem uma autoescola para habilitados em São Paulo, as dificuldades para dirigir podem vir do medo e da vergonha, mas também do comodismo e até mesmo de humilhações familiares, que afetam principalmente mulheres, que priorizam faculdade, casa própria, filhos, antes da habilitação.

Os cursos nesses casos são prioritariamente práticos, havendo acompanhamento com psicólogo ou não, a depender da escola. Em alguns casos, o treinamento inclui fazer um diário das experiências que o aluno tem diante do volante, destacando suas inseguranças e dando notas para verificar a evolução de aula a aula.

Em casos de dúvidas pontuais, o ideal é fazer aulas avulsas, que, no caso da Paulo Mafra - Escola para Habilitados, custam R$ 129, podendo a aula ser feita no carro da autoescola ou do aluno. Em casos de problemas mais gerais, o aconselhável é fechar um pacote, que pode ser de seis (R$ 690) a 20 aulas (R$ 1.690).

Nos últimos meses, a autoescola tem presenciado um movimento novo e de aumento de alunos. Segundo Gabriela Mafra, mulher de Paulo e também dona do estabelecimento, afirma que o crescimento foi de 7%, principalmente por pessoas que afirmam estar com medo de pegarem transporte público durante a pandemia e decidem enfrentar o medo de dirigir.



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